O interesse de empresários brasileiros em expandir seus negócios para os Estados Unidos tem crescido significativamente nos últimos anos. Segundo dados do U.S. Bureau of Economic Analysis, o estoque de investimento direto do Brasil nos EUA alcançou US$ 31,78 bilhões em 2023, um aumento em relação aos US$ 30,04 bilhões registrados em 2022 .

Esse movimento é impulsionado por fatores como estabilidade econômica, ambiente de negócios favorável e acesso a um mercado consumidor robusto. No entanto, especialistas alertam que a internacionalização exige planejamento cuidadoso, especialmente no que tange aos aspectos legais e tributários.

Desafios comuns enfrentados por empresários brasileiros

Empreendedores brasileiros frequentemente enfrentam desafios ao tentar estabelecer operações nos EUA, incluindo:

• Escolha inadequada da estrutura jurídica: Optar por uma estrutura societária sem considerar as implicações fiscais e legais pode resultar em custos adicionais e complicações regulatórias.

• Desconhecimento das obrigações fiscais: A legislação tributária americana varia entre os estados, e o não cumprimento pode acarretar penalidades severas.

• Falta de contratos adaptados à legislação local: Utilizar modelos contratuais brasileiros sem as devidas adaptações pode comprometer a segurança jurídica das operações.

Entrevista com a especialista Marcelle Reis de Andrade

Marcelle Reis de Andrade.

Para entender melhor os cuidados necessários na internacionalização, conversamos com Marcelle Reis de Andrade, especialista em estruturação jurídica internacional e compliance empresarial.

Entrevistador: Quais são os principais erros cometidos por empresários brasileiros ao abrir empresas nos EUA?

Marcelle: Um erro comum é subestimar as diferenças entre os sistemas jurídicos. Muitos acreditam que abrir uma empresa nos EUA é semelhante ao processo no Brasil, mas há nuances importantes, especialmente em relação à estrutura societária e às obrigações fiscais.

Entrevistador: Como os empresários podem se preparar adequadamente?

Marcelle: É fundamental buscar assessoria especializada desde o início. Isso inclui análise da estrutura jurídica mais adequada, compreensão das obrigações fiscais e elaboração de contratos alinhados à legislação americana. Além disso, é importante considerar aspectos como compliance e proteção de dados.

Entrevistador: Qual a importância do compliance nesse processo?

Marcelle: O compliance é essencial para garantir que a empresa esteja em conformidade com as leis e regulamentos locais. Isso não apenas evita penalidades, mas também fortalece a reputação da empresa no mercado americano.

Conclusão

A expansão de negócios para os Estados Unidos representa uma oportunidade significativa para empresários brasileiros. No entanto, o sucesso nesse empreendimento depende de um planejamento estratégico que leve em consideração as particularidades legais e tributárias do país. Contar com o suporte de especialistas, como Marcelle Reis de Andrade, pode ser decisivo para uma internacionalização bem-sucedida.