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São Paulo,01/07/2025

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Desafios e oportunidades para empreendedores brasileiros no mercado internacional de alimentos

Com foco na exportação para os Estados Unidos, especialistas destacam os principais entraves e os caminhos possíveis para pequenas e médias indústrias.

Agência News
Desafios e oportunidades para empreendedores brasileiros no mercado internacional de alimentos Reprodução

A presença de alimentos brasileiros no mercado internacional tem crescido de forma consistente nos últimos anos, especialmente nos Estados Unidos, que continuam como um dos principais destinos para produtos nacionais. Dados recentes da United States Department of Agriculture (USDA) mostram que, em 2023, o Brasil consolidou-se entre os cinco maiores fornecedores de proteína animal processada e produtos da aquicultura para o mercado norte-americano.

O interesse pelo pescado amazônico, por exemplo, segue em alta, assim como por frutas, castanhas, carnes especiais e alimentos processados. No entanto, exportar para os Estados Unidos continua sendo um desafio, especialmente para pequenas e médias indústrias. A burocracia sanitária, a necessidade de certificações específicas, as exigências logísticas e as barreiras não tarifárias seguem como pontos críticos para quem deseja acessar esse mercado.

Novas regras apertam o cerco sanitário

Desde janeiro de 2024, entraram em vigor atualizações nas normas do FDA (Food and Drug Administration) e do USDA, elevando o nível de controle sobre produtos de origem animal e vegetal. As mudanças afetam diretamente empresas que operam no Brasil e têm interesse em vender para os EUA, exigindo não apenas controle rígido da rastreabilidade, mas também adequações na rotulagem, na cadeia de frio e nos protocolos de segurança alimentar.

Essas exigências ampliam os desafios para pequenos produtores, que nem sempre possuem acesso fácil às certificações, laboratórios credenciados ou consultorias especializadas no comércio internacional.

Por outro lado, especialistas destacam que, embora o processo seja complexo, há espaço para as empresas brasileiras que estejam dispostas a investir em qualidade, regularização e adaptação de seus processos.

Oportunidade para quem se prepara

De acordo com levantamento da Associação Brasileira das Indústrias de Pescados (ABIPESCA), as exportações brasileiras de pescado cresceram 6,1% no primeiro quadrimestre de 2024, com destaque para mercados como Estados Unidos, Canadá e países da Europa.

Entre os produtos mais procurados estão filés de pescada branca, sarda processada, tambaqui e pirarucu, todos oriundos da Amazônia e de criatórios certificados.

Na visão de quem vive a prática

Para entender melhor como funciona essa dinâmica na prática, conversamos com Carlos Eduardo Cabral de Araújo Lima, empresário do setor de pescados e fundador da Masterfish Amazônia.

Carlos Eduardo Cabral de Araújo Lima.

“Exportar para os Estados Unidos não é só uma questão de vender, é uma questão de reputação. O mercado americano não perdoa erro. A exigência começa na documentação, passa pela logística, pelo controle sanitário e vai até o atendimento. Eles valorizam muito o cumprimento de processos e a consistência da entrega.”, afirma Carlos.

Ele explica que uma das maiores barreiras é o tempo de resposta dos órgãos reguladores, tanto no Brasil quanto nos EUA. “Você precisa estar preparado tecnicamente e psicologicamente. O processo não é rápido. Mas quem se organiza, cumpre os padrões e se posiciona corretamente, tem espaço garantido, porque há demanda para produtos de alta qualidade, principalmente quando se tem uma origem forte como a Amazônia.”

Carlos também reforça que as empresas que querem acessar o mercado americano precisam, obrigatoriamente, investir em rastreabilidade, controle de temperatura em tempo real e selos de origem. “A nossa experiência mostrou que o cliente americano paga mais, sim, mas exige muito mais. E, sinceramente, isso é bom. Isso força o setor brasileiro a se profissionalizar e a se posicionar como fornecedor global competitivo.”

Quem se adapta, conquista espaço

Apesar dos desafios, a internacionalização da indústria de alimentos brasileira — especialmente no setor de proteína animal, pescado e produtos naturais — é uma oportunidade concreta para quem se organiza, investe em qualidade e enxerga a exportação como um projeto de longo prazo, não como uma venda isolada.





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