Com o aumento dos fluxos de investimento internacionais, empresas brasileiras de construção civil vêm demonstrando crescente interesse em expandir suas operações para os Estados Unidos. Segundo levantamento recente, os investimentos diretos de empresas brasileiras nos EUA cresceram 52,3% na última década, alcançando US$ 22,1 bilhões em 2024. 

Especialistas apontam uma combinação de fatores: demanda por mão de obra qualificada, oportunidades em obras sustentáveis, ambientes regulatórios atraentes em determinados estados e abertura para empresas estrangeiras no setor de engenharia e construção. Nos últimos meses, alguns estados americanos como Texas, Califórnia e Nova York foram apontados como promissores para empresas internacionais do setor técnico e de infraestrutura. 

Para empresas brasileiras já acostumadas com eficiência, controle e gestão profissional, esse movimento representa um desdobramento natural. Com o mercado nacional mostrando crescimento, apesar dos desafios econômicos, investir fora é também uma forma de diversificar riscos e buscar novos horizontes. 

Josiane Saquetto com formação em Administração e experiência na indústria metalúrgica, ela fundou a Concretto Construções, empresa focada em obras residenciais de padrão médio e alto, com alto nível de gestão, controle físico-financeiro, padrão de qualidade e histórico de entregas.

Para ela, a metodologia de gestão, o cuidado com o acabamento, a transparência e a atenção aos detalhes, valores desenvolvidos no ambiente industrial e aplicados à construção civil, podem representar um diferencial competitivo relevante se levados a mercados como o norte-americano.

“A bagagem de quem já trabalhou com produção industrial e rigor de processos, somada ao desejo de construir com qualidade e responsabilidade, é um diferencial quando falamos de obras fora do país. A expectativa dos clientes muda, assim como os padrões de exigência, mas a essência da boa gestão permanece a mesma.”

Josiane Saquetto acredita que esse tipo de abordagem, de controle, organização e valorização da qualidade, torna-se ainda mais relevante em mercados exigentes.

Apesar de desafios típicos (diferenças regulatórias, burocracia, adaptação a normas estrangeiras), há indicadores macroeconômicos favoráveis: o investimento brasileiro nos EUA cresce, e há demanda por novos empreendimentos, inclusive no mercado imobiliário e de infraestrutura.

Levantamentos de 2025 projetam que o mercado da construção no Brasil continuará em expansão nos próximos anos, o que também incentiva empresas a buscarem diversificação e novos mercados.

A combinação de expertise nacional, rigidez de gestão, qualidade e visão sistêmica pode abrir portas em mercados como o dos Estados Unidos, onde valorização do padrão construtivo, sustentabilidade e exigência de qualidade são diferenciais decisivos.