A transformação digital e a busca por eficiência energética se tornaram prioridades incontestáveis no setor industrial, especialmente à medida que as exigências por práticas sustentáveis e competitividade aumentam. Com 2025 se aproximando, a corrida para implementar tecnologias que reduzam o consumo energético e otimizem os processos industriais nunca foi tão urgente. As empresas que não se adaptarem podem enfrentar dificuldades para competir em um cenário de mercado cada vez mais consciente e ávido por inovações que entreguem valor sustentável.

Victor Eller, especialista em sustentabilidade e digitalização industrial, está à frente dessa discussão. Com um vasto conhecimento em otimização de processos e eficiência energética, ele lançou recentemente o livro Engenharia da Excelência: O Poder da Gestão Sustentável para Empresas de Alto Impacto, onde compartilha insights e estratégias para empresas que desejam se adaptar a essa nova realidade. “A digitalização e a eficiência energética são as bases para uma indústria sustentável no futuro. Esses elementos, quando bem integrados, reduzem custos e criam operações mais ágeis e ambientalmente responsáveis”, explica Eller.

Eficiência Energética: O Combustível para o Futuro Industrial

A eficiência energética é um dos pilares da sustentabilidade industrial. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a indústria responde por cerca de 20% do consumo energético no Brasil. No entanto, muitos processos industriais ainda operam com equipamentos antigos e métodos que não aproveitam ao máximo os recursos. Essa realidade tem pressionado as empresas a modernizar suas operações com tecnologias que otimizem o uso da energia, reduzindo custos e impactos ambientais.

Victor Eller acredita que, com as tecnologias certas, as empresas podem melhorar significativamente sua eficiência energética. “Um dos projetos em que trabalhei recentemente envolveu a implementação de sensores inteligentes para monitorar o uso de energia em tempo real. Essa tecnologia permitiu a identificação imediata de desperdícios e possibilitou ajustes rápidos, economizando até 15% no consumo total de energia”, afirma Eller.

Victor Eller, especialista em sustentabilidade e digitalização industrial

Além disso, com o aumento de fontes renováveis, como a solar e a eólica, muitas empresas estão combinando essas soluções com sistemas de armazenamento de energia, garantindo o abastecimento sustentável e reduzindo a dependência de fontes convencionais.

Digitalização como Motor da Inovação Industrial

A digitalização não apenas melhora a eficiência, mas também permite uma visão mais precisa e holística das operações. Tecnologias como Internet das Coisas (IoT), Inteligência Artificial (IA) e big data transformaram o modo como as indústrias monitoram, avaliam e ajustam seus processos produtivos. Para Eller, a digitalização industrial é um movimento inevitável, e as empresas que resistirem a essa transformação correm o risco de perder competitividade.

“O grande diferencial da digitalização é a capacidade de prever problemas antes que eles aconteçam. Com dados precisos e análises preditivas, é possível identificar falhas e oportunidades de melhoria com antecedência”, destaca Eller. Em uma de suas experiências com a Sodexo, ele utilizou uma rede de dispositivos IoT para monitoramento em tempo real de equipamentos de manutenção industrial, o que reduziu significativamente o tempo de inatividade nas operações e garantiu mais eficiência.

De acordo com um relatório da consultoria Deloitte, a digitalização pode aumentar a produtividade industrial em até 30%, além de promover economias expressivas de recursos. Isso acontece porque tecnologias digitais permitem uma gestão minuciosa e rápida das operações, facilitando a adaptação a mudanças de mercado e melhorando a capacidade de resposta das empresas.

A Integração das Tecnologias: Digitalização e Sustentabilidade Lado a Lado

A digitalização e a eficiência energética, quando combinadas, representam uma mudança de paradigma para as indústrias que buscam inovação e sustentabilidade. O uso de sensores inteligentes e algoritmos de análise de dados oferece um nível de controle sem precedentes sobre os processos, permitindo a integração de práticas sustentáveis e maximizando os recursos em cada etapa.

Victor Eller sugere que a integração dessas tecnologias seja planejada com uma visão estratégica de longo prazo. “Não basta apenas adotar uma tecnologia. É necessário integrá-la ao modelo de negócios e desenvolver uma cultura organizacional que valorize a eficiência e a sustentabilidade”, explica. Ele reforça que, com o uso adequado dessas ferramentas, as empresas podem tornar seus processos não apenas mais eficientes, mas também mais transparentes para seus stakeholders, criando uma cadeia produtiva com valores sustentáveis que atraem novos investimentos e fortalecem a imagem corporativa.

Olhando para 2025: As Perspectivas para uma Indústria Inteligente e Sustentável

As expectativas para 2025 são de que mais empresas brasileiras estejam utilizando tecnologias digitais e soluções de eficiência energética em suas operações. A Agência Internacional de Energia (AIE) estima que, se as práticas sustentáveis continuarem a ser incorporadas ao setor industrial, a economia de energia poderá superar os 20% em comparação aos níveis atuais. Isso significa um impacto direto na competitividade, no cumprimento de metas ambientais e na conquista de consumidores conscientes.

Victor Eller acredita que o próximo ano será crucial para definir os rumos da indústria sustentável no Brasil. “Estamos em um ponto de inflexão. O futuro das indústrias passa pela capacidade de integrar tecnologia e sustentabilidade de forma inteligente. Aquelas que conseguirem fazer isso estarão à frente, preparadas para um mercado que valoriza o impacto positivo e a inovação”, conclui.