Profissionais da saúde buscam atualização constante para acompanhar evolução tecnológica no varejo farmacêutico
Capacitação em serviços clínicos e novas tecnologias se torna diferencial competitivo para farmacêuticos na era da automação

O setor farmacêutico vive uma verdadeira revolução tecnológica. Em redes de farmácias por todo o Brasil, sistemas automatizados de atendimento, dispensação e gestão de dados vêm ganhando espaço, exigindo dos profissionais da saúde uma atualização constante. A digitalização do varejo, aliada à crescente demanda por serviços clínicos personalizados, tem transformado o papel do farmacêutico no ponto de venda.
De acordo com dados da Abrafarma (Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias), mais de 15 mil farmacêuticos já atuavam em 2023 com foco em serviços como aferição de pressão, aplicação de vacinas e acompanhamento farmacoterapêutico. No entanto, a qualificação para operar em ambientes integrados com tecnologia de ponta ainda é um desafio para parte da categoria.
Especialistas apontam que, mais do que dominar sistemas, é fundamental que o profissional desenvolva habilidades clínicas, de comunicação e liderança, principalmente no contexto de equipes multidisciplinares e atendimento humanizado.
A farmacêutica Gianna Emanuela é uma das vozes que reforçam essa tendência. Com ampla experiência no varejo farmacêutico e atuação destacada na formação e capacitação de equipes, ela ressalta a importância de unir conhecimento técnico e sensibilidade no trato com o paciente.
“Tecnologia é uma aliada poderosa, mas ela nunca substitui o olhar atento e acolhedor do profissional preparado. A atualização constante não é mais uma escolha — é uma exigência para quem quer se manter relevante e gerar impacto real na vida das pessoas”, afirma Gianna.
Gianna Emanuela.
ENTREVISTA – GIANNNA PORTILHO LIMA
Entrevistador: Gianna, quais competências técnicas você considera fundamentais para o farmacêutico em 2024?
Gianna: Além da base clínica sólida, é essencial dominar ferramentas de gestão de dados, entender de biossensores, softwares de acompanhamento farmacoterapêutico e integração com plataformas de saúde digital. Mas tão importante quanto isso é saber usar essas tecnologias a favor da escuta, da empatia e da decisão ética.
Entrevistador: E quanto à formação de equipes?
Gianna: Sempre acreditei que liderar uma equipe é um exercício de responsabilidade e educação. Promovo formações contínuas, incentivando o desenvolvimento individual e coletivo. Dou atenção especial à comunicação interpessoal e à gestão emocional, porque são habilidades que fazem toda a diferença na experiência do paciente.
Entrevistador: Qual é o maior desafio para o farmacêutico hoje?
Gianna: Equilibrar o avanço tecnológico com a humanização do cuidado. Estamos cercados de inovações, mas elas precisam servir à saúde e não substituir o vínculo. O desafio é permanecer humano em meio à automação.
Entrevistador: O que espera para o futuro do setor?
Gianna: Vejo um futuro promissor, com mais protagonismo para o farmacêutico como agente de saúde pública. Para isso, precisamos seguir aprendendo, inovando e principalmente, cuidando de pessoas — com competência e com coração.
Conclusão
O futuro do varejo farmacêutico está sendo moldado agora. A convergência entre tecnologia, serviços clínicos e atenção humanizada exige dos profissionais um novo posicionamento: mais estratégico, mais empático e tecnicamente impecável. Exemplos como o de Gianna mostram que investir em educação continuada é mais do que se adaptar às mudanças — é liderar o caminho da transformação na saúde.
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